Porque eu gosto de powerlifting:
Eu gosto de coisas intensas, amor pra mim só se for intenso, amizade só se for intensa, mas intenso não quer dizer indelicado. Gosto de coisas e esportes delicados, não me refiro a delicadeza da Belle Époque, não me refiro a boa educação e os costumes nobres mal adotados pela burguesia, boa educação e frescuras são o ó do borogodó.
Admiro a delicadeza do ballet, o esforço e a precisão milimétrica que sustenta toda aquela graciosidade. Já ouvi e li eu te amo de algumas maneiras diferentes, aprecio o soneto perfeito, o por do sol exato e o beijo de cinema, da mesma forma que ouvir na barraca de cachorro quente a seguinte frase: cara, eu te amo para caralho! Para mim tudo isso é delicadeza.
O powerlifting é um ballet ao contrario, é mais fácil notar o que se chamaria de brutalidade e perder toda a poesia e delicadeza do esporte, do que entender a porção de ciência e idealismo que move de forma sobre-humana aquelas barras.
"a barra é um monte de eletron voando no nada, é a sua cabeça que empurra aquilo"
Marilia: http://mariliacoutinho.livejournal.com/
Mas a complexidade do esporte é apenas um dos motivos do meu gosto pelo powerlifting, o maior motivo é o anacronismo dos atletas. Eu não entendo a pós-modernidade, eu carrego bandeiras, clichês e idealismos da modernidade e sofro por isso. Como então não me apaixonar por atletas\loucos que na grande maioria das vezes pagam para competir, que ignoram o rígido padrão estético treinando pesado e moldando o seu corpo para o esporte que praticam? Que viajam e se hospedam na casa de quase desconhecidos, cujo valor comum é o powerlifting? E principalmente, não objetivam vantagem material naquilo que mais trabalham? Essa gente de corpo pesado e que levanta peso como maquina, faz o que faz por um dos sentimentos mais velhos da humanidade: amor.
“O levantamento de peso básico é a maior demonstração de “força pura” do mundo dos esportes”
Denílson: http://www.portaldoferro.com/artlevbas3.htm
Essa gente romântica de mais de cem kilos, que come sozinha umas três pizzas família, que não protagoniza novela da globo e tampouco cartaz de dia dos namorados, tem o total apreço desse otário que por hora os escreve com a delicadeza que eles cospem no chão.
Eu gosto de coisas intensas, amor pra mim só se for intenso, amizade só se for intensa, mas intenso não quer dizer indelicado. Gosto de coisas e esportes delicados, não me refiro a delicadeza da Belle Époque, não me refiro a boa educação e os costumes nobres mal adotados pela burguesia, boa educação e frescuras são o ó do borogodó.
Admiro a delicadeza do ballet, o esforço e a precisão milimétrica que sustenta toda aquela graciosidade. Já ouvi e li eu te amo de algumas maneiras diferentes, aprecio o soneto perfeito, o por do sol exato e o beijo de cinema, da mesma forma que ouvir na barraca de cachorro quente a seguinte frase: cara, eu te amo para caralho! Para mim tudo isso é delicadeza.
O powerlifting é um ballet ao contrario, é mais fácil notar o que se chamaria de brutalidade e perder toda a poesia e delicadeza do esporte, do que entender a porção de ciência e idealismo que move de forma sobre-humana aquelas barras.
"a barra é um monte de eletron voando no nada, é a sua cabeça que empurra aquilo"
Marilia: http://mariliacoutinho.livejournal.com/
Mas a complexidade do esporte é apenas um dos motivos do meu gosto pelo powerlifting, o maior motivo é o anacronismo dos atletas. Eu não entendo a pós-modernidade, eu carrego bandeiras, clichês e idealismos da modernidade e sofro por isso. Como então não me apaixonar por atletas\loucos que na grande maioria das vezes pagam para competir, que ignoram o rígido padrão estético treinando pesado e moldando o seu corpo para o esporte que praticam? Que viajam e se hospedam na casa de quase desconhecidos, cujo valor comum é o powerlifting? E principalmente, não objetivam vantagem material naquilo que mais trabalham? Essa gente de corpo pesado e que levanta peso como maquina, faz o que faz por um dos sentimentos mais velhos da humanidade: amor.
“O levantamento de peso básico é a maior demonstração de “força pura” do mundo dos esportes”
Denílson: http://www.portaldoferro.com/artlevbas3.htm
Essa gente romântica de mais de cem kilos, que come sozinha umas três pizzas família, que não protagoniza novela da globo e tampouco cartaz de dia dos namorados, tem o total apreço desse otário que por hora os escreve com a delicadeza que eles cospem no chão.
3 comentários:
Mostrou a exata dimensão do sentimento envolvido em cada ato descrito como puramente mecânico...conseguiu descrever o powerlifting de alma...o amor e a dedicação fiel que cada movimento fisico envolve na cabeça de quem pratica, mas acima de tudo, determinou que a atividade corporal como um todo é bem mais que um exercício apenas muscular e trabalha com a paixão e a alma do indivíduo que vive toda ação em sua plenitude! Adorei!!!
Acho que fazia um bom tempo q eu não tinha um impulso de chorar com algo, de modo que estranhei o engulho. Mas foi isso que esse seu texto preciso e de uma dolorosa beleza me causou. Por que? Não sei... Talvez porque o choque e identidade entre delicadeza e brutalidade, entre precisão e potência seja tão espetacular quanto uma supernova em foto de satélite: lindo de longe e intangível.
Ou talvez porque você tenha traduzido o intradutível extase que eu busco e de vez em quando alcanço nesse amor que, como tão poucos outros, para mim é pela vida: powerlifting.
TEXTO DO CARALHO.
uhm..... você tem andado inspirado.
bjs
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